146.

Gosto de fazer anos. Calha sempre bem o mimo.

145.

- And you'll always love me won't you?
- Yes.
- And the rain won't make any difference? 
- No.
Há dias em que sou mulher de um homem só. Oh Hemingway, quantas vezes sou tua.

144.

Que nunca nos esqueçamos
que as pessoas
como as árvores
quebram nas noites de trovoada.

143.

Os dias são frios e as mãos gelam tanto quanto o coração.

142.

Dos postais que a Inês recebe às sextas de manhã:

«Gosto de ti porque me aborrece gostar de outras pessoas que não são tu»

141.

Hoje aconteceu-me uma coisa extraordinária - estava à espera do autocarro, com um livro na mão e quando olhei em volta todas as pessoas que me rodeavam tinham desaparecido. O autocarro já tinha passado: e isto implica que tenha ficado à minha frente pelos menos os cinco minutos que espera antes de partir, sem eu ter dado conta. Fazia tempos que não me perdia assim num livro, e deixou-me feliz a tarde inteira.

140.

As manhãs de sol deixam rasto de amor por estes lados.

139.

As coisas danificadas têm outra magia. Sou irremediavelmente atraída para os objectos com falhas que enfatizam o seu uso, que transpiram memórias. Pergunto-me se farei o mesmo com as pessoas.

138.


dancemearoundtenderly@hotmail.com
Lembrem-se que estou sempre aqui para vocês.
Para uma confissão espontânea.
Para uma conversa tardia.
Para partilhar uma chávena de chá.

137.

Os momentos bonitos que acontecem quase-sem-eu-dar-por-isso:
O meu pai esteve a ligar para amigos a pedir postais para mim e quando foi interrogado pelo motivo, respondeu: "Ela faz colecção. É daquelas garotas que já não se vê por aí."

136.

- Sem querer soar aos clichés amorosos adolescentes - o que eu queria mesmo era dizer-te como te gosto perto. Fazes sempre com o que o mundo se torne mais pequeno, porque o mundo são só os teus braços e as noites infinitas onde parece fazer sempre frio, e eu nunca sei como te deixar às 6 da manhã.

135.

Eu sou daquelas pessoas que ainda acha que existe sempre uma forma mais bonita de dizermos o que temos a dizer, e por isto é que me magoo quando usam as palavras como se quisessem esborrachar corações contra a parede, e me magoo ainda mais quando sou eu a fazê-lo.
(E é tarde, e a esta hora pareço sempre uma menina perdida de casa. Não façam caso.)

134.

No fundo, estas serão sempre as minhas noites favoritas.

133.

Dos postais que a Inês recebe às sextas de manhã:

"Gosto de ti porque não gostas de pessoas, mas gostas de mim e não gritas comigo quando tenho febre à tarde e passas-me os apontamentos de História e és uma das pessoas mais bonitas deste mundo."

132.

Não sei explicar a minha vontade de palco. É como se passasse muito tempo com um sentimento de insuficiência, de falta de mim, e o palco fosse o sítio para onde carrego o meu corpo e o deixo lá a sangrar em frente a uma audiência muda que, ao contrário do mundo, interpreta a fragilidade da alma dorida entregue a eles como sinal de força e controlo. E saio de lá sempre tão gasta que me sinto a deslizar por este mundo com um coração que derreteu e se transformou em esponja. 

131.

Gosto das pessoas que não têm vergonha de cantar alto enquanto andam na rua e já perdi conta às vezes que me desviei do meu caminho só para me deliciar com melodias de vidas que me são desconhecidas por mais um bocadinho. 

130.

Quando abro a porta com as minhas incrivelmente confortáveis calças de pijama azuis e o alaska escondido no colo, imagino que as pessoas pensem sempre: "pobre coitada, tão nova e já tão solitária" e não consigo não sorrir.

Para quem ainda não teve a honra de conhecer o alaska, hei-lo. 

129.


Altura das confissões:
Gosto de vasculhar os livros do meu pai. Ele não acha piada então aproveito quando se distrai para os cheirar e procurar neles memórias escondidas. Encontro-as sempre, e é como encontrar pedaços do homem que eu nunca conheci, e que sempre imaginei dentro dele.

128.

falta-me doçura, controlo a vontade de chorar à força e o frio parece quebrar-me o corpo em pedaços nestes dias.
" - dás-me a mão? é que as minhas estão geladas."

127.

Dos postais que a Inês recebe às sextas de manhã:


"Gosto de ti quando trazes mantas. Fico quentinha."

126.

Sintra é feita de princesas sem castelo. 

125.


-Olhe, por favor... perdi-me de casa.
- Alguma vez lá esteve?